sábado, junho 17, 2006

Amigos, é Copa!


Por motivos de prazer, às vezes um tanto masoquista, e também por causa de graves problemas físicos, assisti a todos, menos um, jogos da Copa, na hora do Austrália x Japão estava brigando com enfermeiros e médicos pra ver se alguém me atendia num hospital de Petrópolis. É jogo que não acaba mais, 10, 13 e 16 horas, intervalo de uma hora entre cada partida pra tomar fôlego (muitas vezes não necessário, já que algumas partidas estão sendo sofríveis) e tome mais jogos.

Surpresas? Foram poucas, incompetências muitas, isso sim. O que falar da seleção canarinho? E do time de Felipão, que hoje se classificou, mas com um futebol digno de terceirona brasileira? Os suecos tão estimados por mim, cruzaram bolas e mais bolas na área, vão se classificar, mas ainda não descobriram que eles têm futebol pra chegar tocando e fazer os gols, só fizeram um até agora. Zlatan, que pensei que ia arrasar só se enrolou com a bola. Inglaterra mostrou com competência o que sabe melhor fazer, poucos gols e dá-lhe retranca. É a seleção indie da Copa, o gigante Crouch é o jogador mais indie da competição. Ele é indie, mas a bola anda murcha, prefiro muito mais o Rooney com sua cara de bêbado inglês brigão de bar. Por fim, Gana mostrou que a África sempre chega junto, meio de campo dos bons o dessa seleção. Mesmo levando em conta, e eu ainda acredito neles, que a República Tcheca não estava inspirada e tinha um ser mais imbecil do que um poste como único atacante.

Se a primeira fase está sendo legalzinha só e os jogos não estão empolgando muito, placares magros, retrancas etc, pelo menos (e esse pelo menos vale muita coisa) a fase final vai ser das boas. As tradicionais boas seleções estão se classificando, os times são bons e quando uma bater de frente com a outra, não acredito em retrancas ou jogos feios. A felicidade é grande porque não teremos Coréias, Euas e afins chegando as quartas ou semifinais.

O que me irrita, é claro, e agora não é implicância barata, é a tal da Rede Globo. Copa do Mundo é legal, Brasil jogando também, mas mostrar as bolhas do Ronaldo, ser manchete principal do Jornal Nacional Dona Ronaldona dando beijos na careca do filho, mostrar o time embarcando no ônibus para um treino corriqueiro no campo da cidade ao lado, entre outras imbecilidades já é demais. Não ta dando, cadê o país? Cadê as CPIs? Brasil não tem mais Lula, Copom, Petrobrás? E o Bush? O Morales e o Chavez? Copa é demais mesmo, mas as coisas devem ser bem divididas. Não quero saber quando o Adriano foi ao banheiro, se tem muitas fãs do Kaká na frente do hotel ou se o Gaúcho comprou um produto novo para seus belos cabelos. Quero vê-los jogando e amanhã é dia, jogos 10, 13 e 16 horas, overdose de Copa, e o do meio é do Brasil.

Ps: Não vou falar nada dos hermanos argentinos porque é óbvio, os caras mostraram a que veio, e seria interessante ver um Brasil x Argentina na final. E de novo a Globo, porque vilanizar tanto nossos vizinhos, eu, pessoalmente, não tenho nada contra eles.

quinta-feira, junho 15, 2006

Pessimismo realista

Querido Amigo,
O mundo está perdido. Começo a carta com essa afirmativa cruel porque cruel é a realidade do mundo. Enquanto poucos são incomensuravelmente ricos, muitos não têm condições mínimas de sobrevivência. Sabemos que este é um assunto batido e que sempre existiu miséria e violência na história da humanidade, como assassinatos, roubos,traições e muitas outras tragédias.
Uma coisa, em especial, me tirou o sono nos últimos dias: percebi que não sentimos mais nada, estamos todos anestesiados. Há noticias de mortes, roubos, falcatruas por toda parte e ninguém faz nada. É verdade que elas sempre existiram, em épocas passadas ao menos, a reação era dramática e inconformada, as pessoas se juntavam nos bares, praças, não importava o lugar, para discutir. Hoje. Ah hoje tudo é festa! Ninguém quer saber. "Mas, eu, sozinho? não vai adiantar nada." dizem. E se todos eles se juntassem e fizessem algo grande? Já pensou? Pois é nem consigo dormir!
Estamos em Guerra. Todo o mundo. Não importa para onde você olhe existem pessoas morrendo e matando. Temos a violência-quase-guerra-civil em São Paulo e no Rio de Janeiro, a Guerra do Iraque, o neo-nazismo na Alemanha, as guerras civis na África e por aí vai. Tudo isso em pleno século XXI, com a ONU atuando, diplomatas competentes e mesmo assim me pergunto, para onde estamos indo? Aonde vamos chegar? É amigo acho que o mundo está perdido.

sexta-feira, junho 09, 2006

"Tudo que é solido desmancha no ar"

Que saco! Não precisa lembrar de novo que a vida é curta! Lulu tem razão: “tudo passa, tudo sempre passará”. Já se “a vida vem em ondas como o mar”, não se pode confirmar. Mas o fato que nada dura começa a irritar e o pior de tudo, custar no bolso.
Já não é mais só o sonho que se compra na padaria que tem validade curta. O sonho de uma geladeira que seja..., assim..., “uma brastemp” também As taxas de mortalidade dos eletrodomésticos chegam a níveis altíssimos, assim que acaba a garantia. Que ironia da vida, não? Mas isso é só a pontinha do iceberg.
Chicletes que são absorvidos pela língua, em segundos. Está aí um exemplo, meio bobo admito, de como tudo é efêmero hoje em dia. E o mais alarmante, que se está tentando evoluir para que as coisas sejam assim. Quanto aos chicletes em si, denunciam existe um bando de preguiçosos, ou seres ocupados demais, que não querem nem mais mastigar! Ah, são muito refrescantes.
Os que sempre acham que o copo está metade cheio destacam que a constante transformação é a beleza da vida. Às vezes, as coisas mais belas duram apenas uns poucos momentos. Tem coisa melhor que sorvete? Acreditem, não. Geladinho, cremoso, e que se desmancha. Caso tenha chegado ao planeta Terra hoje, experimente. Mas, cuidado: não vá com muita sede, ou melhor, fome ao pote. Sorvete não é água não. Ressacas podem ser um efeito colateral.
Se tudo que é bom um dia acaba, isso também pode ser aplicado a Copa do Mundo. Então, aos que não agüentam mais ouvir falar em Copa, acalmem-se. Ela também passará - para a infelicidade do bando de jornalistas que estão na Alemanha e terão que voltar para o Brasil.
Vive-se sabendo que tudo que é importante hoje, pode não ser mais, hoje um pouquinho mais tarde. Talvez o amor nos guie. Cafona isso? Este não é o problema. A questão é que até o amor é efêmero. Decepções, traições, ou simplesmente o cotidiano podem se sobrepor ao amor. Mas, lembrando a cafonice, o amor constrói, dependendo dos pedreiros.

domingo, junho 04, 2006

Parreira: É a hora do quinteto!


A seleção brasileira fez hoje contra a Nova Zelândia seu último amistoso de preparação para a Copa do Mundo. Jogando contra uma seleção sem muita qualidade e tradição, mas contando com uma marcação eficiente, o Brasil fez 4 a 0. Fica o sentimento de dever cumprido e agora é esperar pela terça-feira, 13. Kaká, como sempre, foi o maior destaque da equipe e cada vez mais vai se tornando o principal jogador equipe, se é que um time como esse nunca terá um jogador principal, convenhamos.

Kaká jogou muito e fez gol, Ronaldinho estava meio apagado, Ronaldo também fez gol, mas não jogou muito, já Adriano também deixou o seu com um belo chute de fora da área. Mas o principal personagem deste texto não é o quadrado mágico, nem a vitória contra a Nova Zelândia, é Juninho Pernambucano, autor do último gol na vitória.

Porque jogar com o quarteto mágico seu Parreira, quando podemos ter um quinteto mágico em campo? Não estou falando de Robinho, como já se pode presumir (mais vale um Messi do que dois Robinhos, tá, dois não, é exagero, um e meio), falo de Juninho. Na posição de segundo volante não vejo ninguém no mundo melhor do que ele. Na, agora, super-equipe do Chelsea, com Shevchenko, Makelele, Lampard, Ballack etc, o pernambucano teria vaga certa, certa não, certíssima. Seu time, o Olympique de Lyon, é penta campeão francês e sempre com Juninho no comando. Antes de sua chegada, a equipe francesa nunca tinha ganhado o título nacional. Alguns chatos poderão argumentar dizendo que o campeonato francês não é tão forte quanto os outros da Europa. Mas aí está uma das questões, não é só no campeonato de seu país que o Lyon se destaca, há alguns anos vem fazendo boas campanhas na Liga dos Campeões, torneio de maior nível qualitativo do planeta, quiçá de nível melhor que a própria Copa do Mundo.

É verdade que Zé Roberto é um ótimo jogador, uma espécie de pulmão do meio-campo brasileiro, mas não tem jeito, disputando com Juninho, não tem chances. Ah sim, Parreira acha que tem, mas. Além de todas as qualidades já citadas, Juninho é o cara das faltas, ninguém bata faltas igual a ele, podem falar em Beckham e Mihajlovic, mas eles não chegam perto. Que me lembre só o Zico batia faltas igual a ele (tá, não me lembro, mas já vi, e Zico é Zico e tal). Vejam só, Brasil e uma equipe fechada como, por exemplo, a Itália, oitavas, quartas-de-final, e o Brasil pressiona, pressiona mas, mesmo com o incrível talento do quarteto não consegue o gol. Falta perto da área pro Brasil e, pronto, classificação (claro, se Lúcio etc ajudarem). Por isso clamo, Parreira, Zagallo, seja quem for, Juninho é titular.


P.s: Ser o coração, o cara, de um time que tem o Cris como zagueiro e ser pentacampeão nacional já é mérito pra qualquer coisa, futebolisticamente falando.