Chega às lojas em agosto reedições de três álbuns clássico do Pulp,“His n´Hers” (94), Different Class” (95) e This Is Hardcore” (98). Além dos discos originais, os lançamentos virão também com um cd extra recheado com lados-b, demos, e raridades da banda de Candida Doyle,Mark Webber, Steve Mackey, Nick Banks e liderada pelo genial Jarvis Cocker.
Ícone do chamado britpop, o Pulp nasceu em 1978, quando Cocker tinha apenas 15 anos. Mas foi somente no começo da década de 90 que a banda se consolidou e alcançou o estrelado. Depois do aclamado e ótimo álbum “His n’ Hers”, que chegou ao Top10 britânico e foi premiado com um Mercury Award, a banda conquistou o coração dos jovens britânicos com o single “Common People”, um dos grandes hinos da música inglesa nos anos 90, ou talvez, 12 anos depois, podemos dizer que um dos grandes hinos da história da música britânica.
“Common People” faz parte de “Different Class”, obra-prima da banda e uma das melhores coisas já feitas na história do rock britânico (algo melhor nos anos 90? Ok Computer do Radiohead ou então Nevermind do Nirvana, talvez). “Disco 2000” (quiçá uma das melhores músicas que já ouvi), “Miss-Shapes”, “I Spy”, “Underwear” são outros destaques do disco (sendo que é uma heresia pinçar destaques em um disco como esse). Em sua genialidade Jarvis Cocker conseguiu cantar, em F.e.e.l.i.n.g C.a.l.l.e.d L.o.v.e, soletrando, o que é esse sentimento que chamamos de amor, sem cair no rídiculo. Só pra citar, o disco ficou em sétimo lugar na lista da NME de melhores álbuns de todos os tempos, o que não quer dizer muita coisa, mas é um dado.
Incrivelmente, uma das melhores bandas do movimento que incendiou a música nos anos 90, e que teve seu início com os Stone Roses em 89, tem seus ardorosos fãs no Reino Unido, mas não é muito conhecida no resto do mundo. Bandas como Oasis, Blur e Placebo (em menor escala) se tornaram mega e vendem cds aos milhões no mundo inteiro, enquanto Pulp ganhou proporções gigantes somente em seu país de origem. Talvez seja pelo estilo de seu líder Jarvis Cocker, um dos maiores letristas de sua época (desculpe os fãs do Oasis, que tem discos ótimos, mas a banda dos irmãos Gallagher está longe de fazer um disco como “Different Class”).
Para quem, infelizmente, não conhece, assista ao vídeo de “Disco 2000”, além da música ser sensacional o vídeo também é bem bacana.
Itália e França fazem hoje a grande final da Copa do Mundo da Alemanha. Itália e França? Mas cadê o Brasil? Final de Copa do Mundo sem a seleção brasileira para mim é novidade. Nascido em 1985, eu tive a oportunidade de ver o Brasil nas finais de 94, 98 e 2002. A decepção de 86 eu não conto porque era apenas um bebezinho. Já o desastre de 90, na Itália, não vale porque eu tinha apenas cinco anos. Eu mal lembro o que jantei ontem, o que dirá de minhas lembranças infantis.
Lembranças á parte, graças ao fiasco do quadrado mágico e cia, hoje terei uma experiência nova: vou assistir à final da Copa do Mundo sem poder torcer pelo Brasil. Mas se eu não vou poder torcer pela minha seleção, eu vou torcer pra quem? Para a Itália? Por que não? Viva a Azzurra!
Ta bom, eu vou torcer é para a Itália, afinal, a seleção italiana tem Cannavarro, o melhor zagueiro da copa. Tem Buffon, o melhor goleiro. Tem Pirlo, o melhor volante e ainda conta com Totti e Del Piero, sem contar que os caras são bonitões.
Outro fator que demonstra minha simpatia pela Azzurra é a questão do escândalo envolvendo algumas equipes do futebol italiano. Os torcedores da Itália devem estar apreensivos com o futuro de seu campeonato e por isso devem ter um pouco de alegria.
Então está decidido. Sem Brasil vai Itália. Coitados, eles merecem, afinal de contas não vencem uma Copa do Mundo há 24 anos. Perai, 24 anos? Se eu aprendi direito a fazer contas 2006 menos 24 dá 82 e se eu não me engano, esse foi o ano em que aquele maldito italiano Paolo Rossi fez três gols e eliminou a nossa seleção da Copa da Espanha. E não foi qualquer seleção não, foi a seleção do nosso mestre Telê.
Ah não! Eu não vou torcer parar esses “maledetos”. Nada de “Azzurra”. Viva la France!
A pesar do time de Zizou ter eliminado nossa seleção nas quartas-de-finais eu vou torcer pelos “azuis”. Pensando bem eles até fizeram um favor para nós. Com aquele futebol ridículo apresentado, a seleção brasileira ia acabar sendo derrotada pelo time do Felipão e ai aquele gaúcho ia ficar se achando “O cara” e seria muito mais super varolizado.Obrigado Zidane e cia, e é por isso que vou torcer pelos franceses.
Mas não é só por isso que eu opto pela França. Eu também vou torcer pelo fim de carreira glorioso de Zinedine Zidane. Que final de carreira melhor para um jogador do talento de Zidadne do que encerrar sua gloriosa trajetória em uma final de Copa do Mundo e ainda tendo a oportunidade de levantar a taça? Melhor impossível. Seria a cereja do bolo e o capítulo final de uma história de sucesso. Além disso, eu ainda terei a oportunidade de ficar ouvindo o maravilhoso hino da francês, a Marselhesa. Com um hino desse não há seleção que não jogue bem. É França na cabeça, rumo ao bi-campeonato.
Perai de novo.Rumo ao bi? Agora que eu lembrei. Viva la France é o cara&#%$#!! Esses frescos bebedores de Champagne não bastasse terem acabado com o nosso sonho do hexa nesta Copa, eles ainda acabaram com o nosso sonho do tetra na Copa de 86 e ainda nos humilharam e destruíram nossas esperanças do penta em 98. Malditos franceses. Peguem aquele hino sanguinário e enfiem no...
Fiquei revoltado. Quer saber, eu não vou torcer nem pra italiano, nem pra francês. Eu vou é torcer contra a Itália e contra a França. E ainda vou torcer contra o juiz, porque ele é argentino.
Zidane começou a copa com uma contagem regressiva em sua cabeça. Faltavam três jogos no mínimo para ele encerrar a sua brilhante carreira. Veio o primeiro e com ele a decepção. Um jogo horroroso e um empate sofrível por 0 a 0 com a Suíça. Parecia que a brilhante carreira de Zizou teria um final trágico. Tal idéia pessimista ganhou força com o segundo jogo. Novamente Zidane jogou mal e mais uma vez a seleção francesa empatou, dessa vez por 1 a 1 com a Coréia do Sul.
Os Deuses do futebol pareciam não compactuar com a aposentadoria do craque francês. Eles talvez estavam tentando punir Zidane por sua idéia prematura de parar, afinal ele estava apenas com 34 anos, praticamente um garoto. Os deuses estavam mesmo revoltados e resolveram dar o segundo cartão amarelo para o 10 da França. Suspenso, Zidane estava fora do terceiro jogo contra a seleção de Togo, o jogo que selaria o destino da seleção francesa na copa.
Correndo o risco de ser eliminada prematuramente da copa e sem seu maior astro a França entraria em campo contra Togo com uma enorme responsabilidade: se classificar para as oitavas de final, apagar o vexame de 2002 e ainda evitar que seu maior jogador tivesse um fim de carreira trágico. Para o bem do futebol a França venceu.
Com uma vitória de 2 a 0, a França se classificou para as oitavas, não repetiu o fracasso de 2002, conseguiu ganhar um jogo, o que não ocorria desde a vitória na final de 98 sobre o Brasil e fez o mais importante: evitou o fim melancólico de Zidane. Agora o maestro francês teria pelo menos mais uma chance para mostrar seu verdadeiro futebol e se fosse o caso de uma eventual derrota encerrar a carreira de cabeça erguida.
O adversário das oitavas seria a Espanha. Nada melhor do que um jogo contra uma grande seleção par Zinedine mostrar seu futebol e adiar mais uma vez a aposentadoria. E foi justamente o que aconteceu. Com uma boa exibição do francês, com direito à um belo gol, a vitória por 3 a 1 eliminou o time de Raul e cia e a aposentadoria foi adiada pelo menos para o jogo das quartas.
E que jogo! O adversário da França seria a seleção brasileira, a reedição da final de 98. O jogo perfeito para Zidane se aposentar ou demonstrar que seu futebol continua refinado e cheio de categoria. Para a tristeza de nós brasileiros, Zidane não encerrou a carreira, e sim encerrou o sonho do hexa.
O Brasil não viu a cor da bola, tomou um baile de mestre Zizou. Foi literalmente um show de bola com direito a balões, passes melimétricos, dribles desconcertantes e o primeiro passe de Zidane para um do de Henry.
Zidane mostrou que é gênio e que vai fazer muita falta. Mas os admiradores do futebol arte tem como consolo a garantia de ver as jogadas de Zidane por mais dois jogos, as semi-finais contra Portugal e a final ou a disputa do terceiro lugar.
Nada mais justo que um jogador do nível de Zidane encerre sua carreira disputando uma final de Copa do Mundo e como prêmio pelos serviços prestados, ele merece levar a taça para casa