Estado Inexistente

Desde sexta-feira, 12, foram registrados cerca de 270 ataques criminosos. 94 mortes, 22 policiais militares, seis policiais civis, três guardas municipais, oito agentes penitenciários e quatro civis. 38 suspeitos de ataques teriam morrido em supostos confrontos e mais treze presos morreram em rebeliões. Quatro dias em São Paulo e os números são tão ruins, ou piores, do que em guerras. Comandada pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), a série de ataques deixou a população apavorada. Lojas fechadas, transportes parados, pessoas, ricas ou pobres, da zona-sul ou da periferia, correndo para tentar se proteger. Essas ações mostram o quanto o crime está realmente organizado e também, a inoperância e incompetência totais do governo.
Segundo todos os jornais, o movimento seria uma retaliação à decisão do governo estadual de isolar as lideranças do PCC. O líder maior da facção, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola, foi levado para a penitenciária de Presidente Bernardes, tida como a mais segura do Brasil. Marcola ficará sob Regime Disciplinar Diferenciado, o mais rigoroso. A polícia chega aos líderes, prende-os, mas o curioso é vê-los, em prisões, de segurança máxima ou não, com celulares nas mãos, armas, comercializando drogas e recebendo visitas íntimas. Ataques e rebeliões desta proporção só poderiam ter tido este êxito, a partir de planos muito bem preparados. Para isso, a participação da cúpula da organização seria imprescindível, e já que eles estão presos, fica fácil completar o raciocínio.
Os ataques começaram na sexta, e somente agora, na terça-feira, o estado colocou a polícia nas ruas e diz estar trabalhando para descobrir quem são e pegar os culpados. Quatro dias depois do começo dos tumultos, que o estado resolve fingir que está fazendo alguma coisa. Não haverá muito para se fazer, as blits vão parar poucos carros, já que a população resolveu não sair de casa, com medo. Os bandidos já recuaram, não há indícios de que haverá novos ataques. Mais de 80 penitenciárias entraram em rebelião, difícil saber se existem muito mais do que 80 penitenciárias no Estado de São Paulo. Com um número absurdo desses é mais fácil perguntar quantas ficaram de fora, ou quantas são controladas realmente pelo governo, parece que nenhuma.
A Secretaria de Administração Penitenciária e a Secretaria de Segurança Pública negam, mas o PCC diz que o fim dos ataques foi dado por um acordo. Estaria condicionado à benefícios aos presos transferidos paras os presídios, chamados, de maior segurança. Em entrevista à imprensa, o governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), e o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos garantiram que as forças de segurança paulistas tem o controle da situação. Toda essa situação mostra a ineficácia do estado, um estado inexistente, que não apresenta políticas de educação e de segurança decentes, para que a médio e longo prazo se erradique o problema do tráfico. E mais, mostra que o Estado é incapaz de tomar uma atitude mais ríspida, para assegurar a segurança imediata de toda a população. Enquanto isso a população corre e se tranca nas suas mansões ou casinhas de compensado, e os policiais são mortos por organizações mais organizadas do que aqueles que os pagam o salário.
4 Comments:
A policia já já vira o jogo
Já mataram 33 e ainda estamos contando
Poxa, comentar o que?!?!
Soh lamentar mesmo viu!
Nao sei onde vamos parar nao... sinceramente! =/
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