Parado no ponto

Um depoimento de um torcedor revoltado, indignado e alcoolizado
Quando o jogo acabou eu fiquei puto. Puto não porque aqui é um blog família. Fiquei irritado. Irritado pelo fato do Fluminense ter perdido para um time ridículo, covarde e horroroso (leia-se vasco). Irritado porque já havia passado de meia-noite e o metrô já se encontrava fechado. E mais irritado ainda porque teria que ir para casa de ônibus. Uma salva de palmas para a Rede Globo que sempre usa o bom senso na hora de escolher o horário para os jogos.
Depois de tanta irritação, comprei uma Coca-Cola para me acalmar e fui embora rumo à procura do ônibus perfeito para me levar até o aconchego de meu lar. A coca(-Cola) ao invés de acalmar me irritou mais ainda. Dois reais! O dinheiro da passagem e o mais agravante: o preço da Skol! A irritação que já era muita ficou pior. Transtornado, resignado e bebendo coca-cola lá fui eu para o ponto de ônibus.
Logo que cheguei no ponto encontrei um rosto conhecido passando de carro. Na verdade ele que me encontrou. Nesses momentos de tristeza é sempre bom contar com o apoio dos amigos, desde que esse seu amigo não seja vascaíno. Fui xingado, zoado e ainda perdi qualquer esperança dele me oferecer uma carona. Após a fanfarronice ele se foi e eu fiquei lá, parado no ponto. Nem precisa dizer que eu fiquei muito mais irritado.
E o tempo foi passando. Meia-noite e todos os minutos. Nada de ônibus, só táxi e vascaínos desgraçados. Ao invés do ônibus chegar ao ponto só apareciam mais passageiros que se juntaram a mim á Espera de um Milagre ou de um ônibus. O que viesse primeiro. E dentre esses inúmeros passageiros que chegavam ao ponto eis que eu encontro conhecidos de outras esperas por ônibus em outros jogos. Eles eram o que eu chamo de “meus amigos do ponto”.
Começamos a conversar e novos “amigos” se juntaram a nós. Xingamos o Tuta, o Rogério e os vascaínos que passavam xingando a gente. Os papos soavam melancólicos e as lembranças não eram nada agradáveis. Os assuntos foram se diversificando e quando chegou na política a coisa complicou. Besteiras e mais besteiras foram ditas. Eu não agüentava mais, estava prestes a ir embora a pé. Até que a salvação chegou.
Não, não foi o ônibus. A salvação era um vendedor ambulante que chegou com seu isopor repleto de latinhas de cerveja.
Vendo aquelas latinhas boiando no gelo, percebi que só com muita cerveja eu ia aturar aquelas sandices e a espera interminável pelo ônibus. Como estava sem dinheiro trocado para a passagem, aproveitei e uni o útil ao agradável e já fui pedindo uma latinha. Antes que meu pedido fosse atendido um “amigo’ propôs que eu comprasse 3 latinhas por 5 e que depois todos iam fazer o mesmo e a gente ia bebendo até o ônibus chegar. Excelente idéia, agora era só o cara aceitar a promoção.
O pedido foi feito e ele realizou na hora. Muito melhor que o gênio do Alladin. A superpromoção rendeu muitas cervejas e por volta de uma e meia da manhã o vendedor contente foi embora com seu isopor praticamente vazio. Ele se foi e eu fiquei lá com mais de uma hora e meia de espera, com muito álcool nas idéias e 10 reais menos rico.
Enquanto bebíamos observávamos os ônibus passando lotados, abarrotados de gente. Nenhum motorista ousava parar e se parasse seria praticamente impossível entrar. Mas havia uma luz no fim do túnel, ou melhor, um ônibus no fim da rua.
Era o 455, todos no ponto deram sinal. Fiquei bolado. O 455 não servia para mim porque ele passa pelo aterro. Servi até que serviria, mas eu teria que atravessar o aterro sozinho na maior escuridão. Vendo que todos iam pegar o ônibus e eu iria ficar só, resolvi entrar na onda também.
O ônibus foi se aproximando, estava quase vazio, bom de mais para ser verdade. Todos fizeram sinal e o desgraçado passou direto. A cerveja tinha me acalmado um pouco, mas o sem vergonha do motorista me irritou de novo.
Passado o momento de raiva, continuei na minha espera. O relógio marcava 2 hora da batina e algumas pessoas, já sem esperanças e muito afortunadas, recorriam aos táxis. Um “amigo” chegou a sugerir que rachássemos um. Essa idéia teria sido excelente se ele tivesse dito antes do cara da cerveja chegar. Pelo menos foi melhor assim, prefiro gastar dinheiro com cerveja do que com bandeira dois. Filho de taxista não paga táxi, só em ultimo caso.
A hora ia passando e o número de pessoas no ponto diminuindo. A idéia do táxi começou a ganhar força até que veio a Luz da salvação.A luz veio em forma dos faróis altos do 455. Pude notar que estava vazio e não pensei duas vezes. Corri para o meio da rua e fiz sinal. Ou ele para ou passa por cima. Pra minha sorte ele parou.
Todos entraram e eu fiquei pensando: “Eu entro mas desço aonde?” Para minha sorte tinha um cara com a namorada que morava em Laranjeiras e que sabia onde tinha que descer do ônibus. Ele falou que era na altura do número 200 na Praia do Flamengo, Se ele sabe então vamo que vamo.
A viagem ocorria na maior tranqüilidade, só que quando tudo está correndo bem é melhor desconfiar. O desgraçado do ônibus ao invés de pegar a Praia do Flamengo foi pelo aterro. Ai meu conterrâneo de bairro se perdeu.Ele não sabia onde tinha que descer e pediu auxilio ao motorista. Afinal de contas motorista de ônibus conhece as ruas do Rio de Janeiro.
Engano seu. O “piloto” me para o ônibus no meio do aterro e fala que é só seguir reto que a gente chega no Lgo do Machado. Fiquei desconfiado e quando olho pela janela vejo o Hotel Glória.
-Pu@#$%&ta que Pa#@$ril piloto!!!!! Ta maluco? A gente ta na Glória. Ta de sacanagem comigo?
Com certeza o piloto devia ser vascaíno. Ele fechou a porta e seguiu viagem. Graças a ajuda de um senhor de idade, conseguimos saltar no lugar certo. Amigos, o aterro na madrugada é escuro e cheio de raízes espalhadas pelo chão que só servem pra você tropeçar e quase se arrebentar todo.
Passado todo o perrengue estava em fim na minha Terra. O aterro e suas raízes malditas ficaram para trás. O Lgo do Machado já surgia deserto e com um frio desgraçado. Enquanto andava por aquelas ruas escuras e desertas percebi algo na minha bermuda. Era um apito que estavam dando na torcida do Flu. Não me lembro o por que, mas quando me dei conta estava eu apitando pelas ruas de Laranjeiras pertubando o sono dos moradores.
Cheguei em casa bêbado, com frio e com fome. Enquanto fazia (ou pelo menos tentava) um miojo com salsicha resolvi expor toda a minha revolta no papel.
Enquanto degustava minha “macarronada” li o jornal, fiquei puto com os caras de São Paulo que negociaram com os presos e descobri que as três e meia da manhã não tem nada de interessante na NET.
Eu odeio com todas as minhas forças o Tuta, o Rogério, o Eurico e todos os vascaíno. Todos não. Eu gosto das vascaínas.
Quando o jogo acabou eu fiquei puto. Puto não porque aqui é um blog família. Fiquei irritado. Irritado pelo fato do Fluminense ter perdido para um time ridículo, covarde e horroroso (leia-se vasco). Irritado porque já havia passado de meia-noite e o metrô já se encontrava fechado. E mais irritado ainda porque teria que ir para casa de ônibus. Uma salva de palmas para a Rede Globo que sempre usa o bom senso na hora de escolher o horário para os jogos.
Depois de tanta irritação, comprei uma Coca-Cola para me acalmar e fui embora rumo à procura do ônibus perfeito para me levar até o aconchego de meu lar. A coca(-Cola) ao invés de acalmar me irritou mais ainda. Dois reais! O dinheiro da passagem e o mais agravante: o preço da Skol! A irritação que já era muita ficou pior. Transtornado, resignado e bebendo coca-cola lá fui eu para o ponto de ônibus.
Logo que cheguei no ponto encontrei um rosto conhecido passando de carro. Na verdade ele que me encontrou. Nesses momentos de tristeza é sempre bom contar com o apoio dos amigos, desde que esse seu amigo não seja vascaíno. Fui xingado, zoado e ainda perdi qualquer esperança dele me oferecer uma carona. Após a fanfarronice ele se foi e eu fiquei lá, parado no ponto. Nem precisa dizer que eu fiquei muito mais irritado.
E o tempo foi passando. Meia-noite e todos os minutos. Nada de ônibus, só táxi e vascaínos desgraçados. Ao invés do ônibus chegar ao ponto só apareciam mais passageiros que se juntaram a mim á Espera de um Milagre ou de um ônibus. O que viesse primeiro. E dentre esses inúmeros passageiros que chegavam ao ponto eis que eu encontro conhecidos de outras esperas por ônibus em outros jogos. Eles eram o que eu chamo de “meus amigos do ponto”.
Começamos a conversar e novos “amigos” se juntaram a nós. Xingamos o Tuta, o Rogério e os vascaínos que passavam xingando a gente. Os papos soavam melancólicos e as lembranças não eram nada agradáveis. Os assuntos foram se diversificando e quando chegou na política a coisa complicou. Besteiras e mais besteiras foram ditas. Eu não agüentava mais, estava prestes a ir embora a pé. Até que a salvação chegou.
Não, não foi o ônibus. A salvação era um vendedor ambulante que chegou com seu isopor repleto de latinhas de cerveja.
Vendo aquelas latinhas boiando no gelo, percebi que só com muita cerveja eu ia aturar aquelas sandices e a espera interminável pelo ônibus. Como estava sem dinheiro trocado para a passagem, aproveitei e uni o útil ao agradável e já fui pedindo uma latinha. Antes que meu pedido fosse atendido um “amigo’ propôs que eu comprasse 3 latinhas por 5 e que depois todos iam fazer o mesmo e a gente ia bebendo até o ônibus chegar. Excelente idéia, agora era só o cara aceitar a promoção.
O pedido foi feito e ele realizou na hora. Muito melhor que o gênio do Alladin. A superpromoção rendeu muitas cervejas e por volta de uma e meia da manhã o vendedor contente foi embora com seu isopor praticamente vazio. Ele se foi e eu fiquei lá com mais de uma hora e meia de espera, com muito álcool nas idéias e 10 reais menos rico.
Enquanto bebíamos observávamos os ônibus passando lotados, abarrotados de gente. Nenhum motorista ousava parar e se parasse seria praticamente impossível entrar. Mas havia uma luz no fim do túnel, ou melhor, um ônibus no fim da rua.
Era o 455, todos no ponto deram sinal. Fiquei bolado. O 455 não servia para mim porque ele passa pelo aterro. Servi até que serviria, mas eu teria que atravessar o aterro sozinho na maior escuridão. Vendo que todos iam pegar o ônibus e eu iria ficar só, resolvi entrar na onda também.
O ônibus foi se aproximando, estava quase vazio, bom de mais para ser verdade. Todos fizeram sinal e o desgraçado passou direto. A cerveja tinha me acalmado um pouco, mas o sem vergonha do motorista me irritou de novo.
Passado o momento de raiva, continuei na minha espera. O relógio marcava 2 hora da batina e algumas pessoas, já sem esperanças e muito afortunadas, recorriam aos táxis. Um “amigo” chegou a sugerir que rachássemos um. Essa idéia teria sido excelente se ele tivesse dito antes do cara da cerveja chegar. Pelo menos foi melhor assim, prefiro gastar dinheiro com cerveja do que com bandeira dois. Filho de taxista não paga táxi, só em ultimo caso.
A hora ia passando e o número de pessoas no ponto diminuindo. A idéia do táxi começou a ganhar força até que veio a Luz da salvação.A luz veio em forma dos faróis altos do 455. Pude notar que estava vazio e não pensei duas vezes. Corri para o meio da rua e fiz sinal. Ou ele para ou passa por cima. Pra minha sorte ele parou.
Todos entraram e eu fiquei pensando: “Eu entro mas desço aonde?” Para minha sorte tinha um cara com a namorada que morava em Laranjeiras e que sabia onde tinha que descer do ônibus. Ele falou que era na altura do número 200 na Praia do Flamengo, Se ele sabe então vamo que vamo.
A viagem ocorria na maior tranqüilidade, só que quando tudo está correndo bem é melhor desconfiar. O desgraçado do ônibus ao invés de pegar a Praia do Flamengo foi pelo aterro. Ai meu conterrâneo de bairro se perdeu.Ele não sabia onde tinha que descer e pediu auxilio ao motorista. Afinal de contas motorista de ônibus conhece as ruas do Rio de Janeiro.
Engano seu. O “piloto” me para o ônibus no meio do aterro e fala que é só seguir reto que a gente chega no Lgo do Machado. Fiquei desconfiado e quando olho pela janela vejo o Hotel Glória.
-Pu@#$%&ta que Pa#@$ril piloto!!!!! Ta maluco? A gente ta na Glória. Ta de sacanagem comigo?
Com certeza o piloto devia ser vascaíno. Ele fechou a porta e seguiu viagem. Graças a ajuda de um senhor de idade, conseguimos saltar no lugar certo. Amigos, o aterro na madrugada é escuro e cheio de raízes espalhadas pelo chão que só servem pra você tropeçar e quase se arrebentar todo.
Passado todo o perrengue estava em fim na minha Terra. O aterro e suas raízes malditas ficaram para trás. O Lgo do Machado já surgia deserto e com um frio desgraçado. Enquanto andava por aquelas ruas escuras e desertas percebi algo na minha bermuda. Era um apito que estavam dando na torcida do Flu. Não me lembro o por que, mas quando me dei conta estava eu apitando pelas ruas de Laranjeiras pertubando o sono dos moradores.
Cheguei em casa bêbado, com frio e com fome. Enquanto fazia (ou pelo menos tentava) um miojo com salsicha resolvi expor toda a minha revolta no papel.
Enquanto degustava minha “macarronada” li o jornal, fiquei puto com os caras de São Paulo que negociaram com os presos e descobri que as três e meia da manhã não tem nada de interessante na NET.
Eu odeio com todas as minhas forças o Tuta, o Rogério, o Eurico e todos os vascaíno. Todos não. Eu gosto das vascaínas.
7 Comments:
Carambaa... quero MUITO comer miojo com salsicha nesse momento!!! Fiquei com agua na boca!!!
Mas roi todas as minhas unhas lendo o post! hahaha
Que agoniaaa!!!!
ODEIO com todas as forcas esperar onibus, com 20 min eu ja fico impaciente!!
Mas... enfim... faz parte do show! Agora pelo menos voce tem historia pra contar!
Beijos Dioguets!!
Rsrsrsrsrsrs....
Krak Flu, desculpa mas eu ri mtmtmtmt da sua história, tó com mt peninha de vc, tadinho, além de ter perdido o jogo ainda teve q passar por tudo isso!!!
Mas ainda bem que passou, só assim para me fazer rir depois de reseber o resultado da prova de teoria 2!!!
Vlws!!!
Bjos
Mila
caracaaaaaaaaaaaa
soh vc pra narrar essas coisas assim.... engraçado e bem contado...com um toke d nao sei o q q eu gosto...uahuahua1!1
pior q essas coisas acontecem sim....uahuahauhau!!!
pensei q vc me odiasse....mas li q vc gosta das VASCAINAS ...ah booom!!!
tadinhooo...mas ainda bem q vc tem precoraiedade (lembra disso?! uahua) e consegue c safar!!!
VASCOOOOO!!!
Bjao!
Fala Flu.... uma vez aconteceu algo parecido comigo... sai do Maraca e chegui no ponto de ônibus quase uma da manhã, mas no final me rendi ao táxi, pq a vontade de ir ao banheiro, o frio, a fome e o sono falaram mais alto... e com um namorado cavalheiro (q se ofereceu pra pagar o táxi) não tive como negar!!! hauahuahuahauhauahu
Bela história... seus netos gostarão se saber!!!
Bjoks pra vc!!!
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