terça-feira, maio 23, 2006

Quinta eu fui ao Maracanã, fui torcer pro time que sou fã...



Estar no Maracanã lotado, com a torcida de seu time ocupando todo o anel do estádio é uma experiência incrível, quase indescritível. Quando o jogo está valendo uma vaga na final, contra o seu maior rival (e eterno vice), essa experiência triplica. A tensão já começa dias antes, toda aquela expectativa, as horas na fila para comprar o ingresso e as discussões com os amigos, tudo muito bom. Mas além disso tudo, existem os percalços pelo caminho, tudo válido, tudo para ver meu time ser campeão.

Ir para o Maraca lotado de mochila nas costas não é um bom negócio. Como já é de praxe, pedimos a nossa prezadíssima amiga e bastante competente escritora bia, que mora ao lado da PUC (praticamente nos pilotis) , para deixar nossas coisas lá. Fomos nós então, eu, modgliani e bolotinhaa, três flamenguistas muito felizes, acompanhados de bia para seu apartamento. Aquela correria, apreensão, todos pegando ingresso, dinheiro, chaves de casa. Peguei meu cartão de crédito também, e fui criticado, foram vários os "tá louco, pra que levar cartão pro Maraca?". Não liguei para as críticas, sempre ando com meu cartão. Despedimos-nos de bia e fomos.

Ônibus lotado, trânsito quase parando, mas nada nos desanimava. No meio de um animado papo com Modgliani, de repente, me veio à cabeça: "Ihh, fudeu, esqueci minha chave lá na bia". Modgliani, que pernoitaria em minha casa, ficou preocupado, assim como eu. E agora? Dormir na rua? Partir pra longínqua Vila da Penha, lar de bolotinhaa? Depois de muitas tentativas frustadas e muito reais gastos com crédito de celular, consegui contactar meus companheiros de casa, alívio, eles dormiriam em casa, sem problemas, era só chegar e tocar a campainha. Problema (pelo menos esse) resolvido, entramos no "maior do mundo".


E que visão, entramos cedo, o estádio ainda não estava lotado, mas mesmo assim já estava bonito e a torcida já cantava. Os minutos foram passando, a torcida aumentando e a beleza só aumentava. Quem nunca foi ao Maracanã lotado, que vá, mesmo não gostando de futebol, porque a experiência é, como já disse, incrível. Apito inicial e logo no começo, frustação, gol do Ipatinga. A torcida se revolta (tomar gol do Ipatinga? Dentro de casa?) e as brigas começam. Os espectadores normais, como nós, começam a ficar nervosos. De repente, três tiros, mas foram tiros mesmo? Não seriam bombinhas?; perguntam incrédulos alguns torcedores. E realmente foram tiros, e bem próximo de onde estávamos. Depois dos tiros, mais brigas, se não fosse o gol de empate do Flamengo, providencial, não sei se estaria aqui contando essa estória. Com o gol, cessaram as brigas, a felicidade mais uma vez, imperava. Como estava no estádio, obviamente, não ouvi o pseudo-galã e pseudo-jogador de futebol, Júnior, proferir as tão sábias palavras motivacionais (relatadas por Flu no texto abaixo), que , com certeza, levaram o Flamengo à virada. 2x1, felicidade total, nada de brigas mais. Claro que de vez em quando o medo voltava, mas não medo por possíveis novas brigas, mas sim quando Júnior, Fernando e Juan tocavam na bola.

Fim de jogo, Modgliani e eu (grandes cavalheiros que somos), nos asseguramos que Bolotinhaa estava sã e salva para voltar pra casa e partimos pra Copacabana. Festa flamenguista no metro, um matador podrão e já estavámos prontos pra cama. Chegamos, relatamos os felizes acontecimentos pra meus companheiros de apartamento e nos pusemos a dormir. Enquanto dormia, Modgliani diz ter sonhado, ouvido, uma porta ser trancada. Não se preocupou e voltou a dormir. Lá pelas tantas acordo e ocorre o seguinte diálogo:

"Lek, essa porta aí abre por dentro?"
"Não, nem por dentro, nem por fora, porque?"
"É porque acho que os caras trancaram a gente aqui dentro"
"Porra, que isso, impossível, eles não são loucos de trancar a gente aqui dentro!"

Fui até a porta:

"C*****, pu** que pariu, ca*****, os caras trancaram a gente, que merda!"

O que fazer agora? Reviramos o (gigante) apartamento atrás de uma chave perdida e nada. A preocupação aumentava, os caras só voltariam à noite, se voltassem. Depois de novos problemas com celulares, conseguimos falar com eles e descobrimos que eles estavam bem perto, em Teresópolis, impossível nos trazer a chave. Vamos ligar para o porteiro pra ver se ele consegue nos ajudar, o interfone não funcionava. A preocupação passou a ser desespero, Modgliani já queria gritar por ajuda na janela ou esmurrar a porta e ver se alguém nos ouvia. Dei uma olhada na janela e vi que, fazendo um "Missão Impossível IV", poderíamos tentar escalar o prédio, plano esse prontamente cancelado. Próxima idéia foi ligar pra santa bia trazer a chave e nos salvar. Nada feito, bia estava na faculdade fazendo um trabalho em grupo. Sem solução aparente fui até a geladeira e, para minha surpresa, vi um imã de geladeira com os dizeres "chaveiro", ufa, finalmente salvos. Depois da santa bia e do santo imã de geladeira, veio o santo e criticado cartão de crédito. O chaveiro extorquiu 30 reais pra abrir a porta (o verbo é esse mesmo, porque 30 conto pra abrir uma porta...) e eu só tinha 19, com os dois de meu colega chegaríamos a 21. Fui correndo até o banco enquanto Modgliani (com todo seu talento de futuro publicitário) enrolava o chaveiro. Dinheiro sacado a alegria foi total e o ânimo revigorado, mesmo morrendo em 30 reais.

Vá ao Maracanã, veja seu time jogar, fique deslumbrado com 45 mil torcedores cantando (sendo que é difícil um time que não o Flamengo lotar sozinho o estádio), mas não esqueça de levar seu cartão de crédito e, principalmente, suas chaves.

10 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Se não fosse jogo do Flamengo,eu diria que esse texto foi escrito pelo Flu. Tá muito a cara dele

10:44 AM  
Blogger flu said...

Concordo com o meu amigo anõnimo.
É o Flu fazendo escola. Tantas coisas boas para copiar e se inspirar e vão logo me escolher.
Mas ai 30 reais uma chave? Só se essa chave for a chave do portão do paraiso

10:48 AM  
Anonymous Anônimo said...

Muito flu mesmo esse texto. Fui escrevendo e quando vi, é do flu. Não posso fazer nada, não ia apagar tudo...

4:10 PM  
Anonymous Anônimo said...

Eu influenciando os outros.
Mexeram no satélite

7:09 PM  
Anonymous Anônimo said...

30 reais pra abrir uma porta?!?!?
Eu ficava em casa esperando pela Santa Bia...!!!
rs... sou pao dura messssmo!

9:06 PM  
Anonymous Anônimo said...

Muitos palavrões porque ele é um menin orevoltado

5:55 PM  
Anonymous Anônimo said...

Fala Rômulo!!!! Não pude deixar de comentar esse texto... primeiro pq tbm estava no Maraca lotado por 46 mil flamenguistas, apesar de não ter ouvido os tiros ou visto as brigas, apenas vi o humilde helicoptero sobrevoando o Maraca!!!! E o segundo motivo é pq fui testemunha de seu desespero...a santa Bia estava na minha casa fazendo trabalho em grupo, por isso não pôde ir te socorrer!!! Sinto muito! Rs***
Mas enfim... como vc disse, mesmo tendo morrido em 30 conto e ter fikdo trancado DENTRO da sua própria casa, a emoção de ter visto o MENGÃO se classificar pra final com o eterno VICE foi boa demais!!!!
Bjoks pra vc e mais atenção da próxima vez!!! hihihihi

8:43 PM  
Anonymous Anônimo said...

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1:44 PM  

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