E quanto a nós, votemos.

E o dia das eleições está chegando, está aí batendo na sua porta. Na verdade, está entrando com tudo, literalmente, com áudio e vídeo. Daqui a pouco mais de um mês, lá estarão os muitos candidatos, em sua casa, entre o Jornal Nacional e a novela das oito. Enquanto isso não acontece, os candidatos à presidência viajam pelos quatro cantos do país, fazendo suas campanhas e divulgando seus planos e promessas. Até o presidente Lula já entrou na festa, mas não poderia ser diferente, mesmo ainda sendo o presidente em exercício, o Planalto já volta suas forças para a reeleição e não faz de todo errado, já que, assim como os outros, também é candidato.

Até aí tudo bem, mas alguém já sabe em quem votar? Quem realmente são os candidatos? O velho (e verdadeiro) lance de que os jovens precisam se preocupar com o voto, que são eles o futuro da nação, coisa e tal está por aí, por todos os lugares. Mas parece que os esforços não estão virando prática. Muitos não sabem em quem votar, principalmente no caso de deputados federais e estaduais, posições das mais importantes.

Mas voltemos à presidência. Temos o candidato à reeleição Lula. Com o PT envolvido em escândalos e denúncias, Lula chega um pouco chamuscado nessas eleições. Escândalos sim, mas devemos citar que um pouco duvidosos e que na maioria das vezes, havendo corrupção ou não, só serviram de palanque para políticos e futuros candidatos (Eduardo Paes, figurinha carimbada nas últimas CPIs, é candidato ao governo do Estado do Rio de Janeiro, mas por ora, deixemos pra lá, assunto pra outro post isso). As promessas do atual presidente não são muitas, Lula promete manter os atuais rumos do governo, o que parece agradar a parcela mais pobre da população, já que, segundo as pesquisas, é nela que está a maioria de seus prováveis votos.

Temos Geraldo Alckmin, candidato do PSDB, representante do governo anterior do presidente Fernando Henrique Cardoso e, porque não, representante dá velha elite brasileira, que se esbaldava (e ainda o faz) feliz da vida no governo FHC e escolha de parte da classe média que, com governo bom ou ruim, não admite que um torneiro mecânico se mantenha no poder. Independentemente de ideologias não podemos esquecer do governo passado, privatizações, dívida externa e interna...Mas também controle da inflação (pagando preços altos, mas...), patentes de remédios da aids...

A senadora Heloísa Helena, antiga representante da parte mais radical do Partido dos Trabalhadores, que foi expulsa por divergências com o antigo partido e que junto de seus companheiros expulsos formou o PSOL, aparece como uma alternativa para aqueles que não aprovam o governo de Lula e também não querem ver na presidência, nem pintado, o tucano Geraldo Alckmin. Ganha votos também por ser mulher e por sua visão radical. Radical, mas um tanto controvérsia, Heloísa se diz cristã fervorosa e é candidata pelo PSOL, lê-se Partido Socialismo e Liberdade, controverso, por motivos óbvios.

Por fim, aparece o senador Cristovam Buarque, antigo ministro da Educação de Lula, que se desligou do PT devido às denúncias de mensalão e corrupção nas estatais. Cristovam é candidato pelo PTB, partido fundado pelo finado e saudoso Leonel Brizola. Foi reitor da Universidade de Brasília e governador do Distrito Federal, quando criou o projeto Bolsa-Escola, aclamado internacionalmente. Cristovam tem como bandeira de sua candidatura uma revolução na educação, interessante, interessante...

As eleições estão aí, façamos as nossas bem pensadas escolhas. O que não vale é seguir exemplos como um que presenciei dia desses em Petrópolis. O vocalista de uma famosa banda brasileira e, talvez, referência para muito jovens, gritando aos ventos de Itaipava que os representantes da política brasileira são todos sujos e proclamando o voto nulo, o que, convenhamos, é joga-lo pela janela e, conseqüente, jogar junto a tão sonhada mudança em nosso país. Pior foi, mais tarde, na mesma apresentação, ouvir, em coro, que o Brasil é uma porra de país...